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Inadiplência cresce com crise do emprego
Aumentou a proporção de pessoas que citam o desemprego como a principal causa da inadimplência, de acordo com pesquisa trimestral da Boa Vista SCPC. No levantamento de março, 41% citaram a falta de trabalho como responsável pela incapacidade para quitar débitos. No mesmo período do ano passado, essa fatia era de 35%. O percentual é o mesmo registrado em dezembro de 2015.
No dado mais atualizado em nível nacional, o desemprego aumentou para 9,5% em janeiro, de 6,8% no mesmo período em 2016, de acordo com o IBGE. Segundo a pesquisa, 66% dos inadimplentes tinham trabalho formal, ante 75% no ano passado. O percentual de autônomos entre os inadimplentes cresceu de 20% para 27%.
A queda da renda é o segundo principal motivo para atrasar dívidas. Ela foi citada por 18% dos entrevistados, ante 11% em março de 2015. As pesquisas de emprego do IBGE têm mostrado que muitos dos desempregados passaram a trabalhar no mercado informal, onde a renda é menor. O levantamento foi realizado em todo o país, no período de 22 de fevereiro a 03 de março, com 1.019 consumidores inadimplentes respondentes.
O desemprego tem afetado a inadimplência principalmente para as famílias que ganham até três e entre três a dez salários mínimos, com 49% e 34% das menções. Em 2015 esses percentuais eram de 41% e 30% respectivamente.
Apesar da inadimplência os consumidores têm tentado controlar o orçamento. Um exemplo é que para 49% o atraso de apenas uma conta causou restrição. No ano passado, essa proporção era menor 40%. A pesquisa também mostra que 17% possuem (04) quatro contas ou mais em atraso, contra 23% registrados no mesmo trimestre do ano anterior. A proporção de inadimplentes que não se considera capaz de quitar o débito se manteve em 10%.
O comprometimento de renda também caiu. Em 2015, 38% informaram que o endividamento comprometia entre 25% e 50% da renda. Agora são 33%. Caiu de 30% para 28% os que têm mais de 50% da renda comprometida por débitos. Subiu de 32% para 39% os que têm até 25% comprometida.
O otimismo dos consumidores caiu 4 pontos percentuais em comparação ao mesmo trimestre de 2015, passando de 80% para 76% de que a relação recebimentos e gastos para os próximos meses estaria melhor.
Publicado em: 20/05/2016